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O Delicado Diagnóstico da Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção

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A Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção (PHDA) é uma desordem Neurodesenvolvimental com um vasto leque de características comportamentais e atencionais.

Dentro de várias características, as crianças com esta perturbação apresentam um padrão de comportamento agitado, incansável e inquieto. Têm muita dificuldade em ter um comportamento adequado na sala de aula, no estudo, nas brincadeiras e em locais públicos, pois é-lhes muito difícil esperar pela sua vez, estar sentado, não interromper os outros, fazer atividades com calma e pensar antes de agir. Tendem a ser muito faladoras e também se distraem facilmente, não prestam atenção ao que se lhes é dito ou pedido, parecem não ouvir quando se fala com elas, têm “a cabeça na lua”, saltam de tarefa em tarefa, erram em exercícios fáceis por distração, não completam os trabalhos, são desorganizadas, perdem coisas, esquecem compromissos e responsabilidades, desistem com facilidade e recusam fazer actividades que exijam períodos mais longos de esforço mental.

A avaliação da presença destas características nas crianças é um processo delicado pois não raras vezes deparamo-nos com padrões comportamentais e emocionais de imaturidade que não se podem confundir com a PHDA. Além disso, pela variedade de características que a criança pode apresentar, a avaliação final poderá indicar que estamos na presença de um caso onde a criança apresenta ambos os padrões de desatenção e hiperatividade, ou um padrão em que a criança só apresenta a componente do padrão atencional de forma evidente ou ainda, o padrão em que a criança só apresenta com maior evidência a componente hiperactiva.

A avaliação e eventual diagnóstico desta perturbação necessitam do máximo de informação acerca do percurso desenvolvimental da criança, bem como de descrições comportamentais nos diversos contextos onde se insere a sua vida quotidiana. Não menos importante, a avaliação requer a compreensão sobre a severidade das características apresentadas, que já devem existir e persistir durante um período de tempo significativo, e sobre o grau de interferência nas diversas áreas da vida da criança (comportamental, social, familiar e escolar).

É considerado normativo ter alguns dos sintomas nalguma fase, nalgum período ou até simplesmente ter algumas das características descritas. São as diferenças no percurso desenvolvimental, na avaliação da interferência no funcionamento e no desenvolvimento, na averiguação dos contextos e na análise da melhor hipótese explicativa para a presença dos sintomas, que permite uma avaliação adequada e consequentemente, uma intervenção eficaz. A avaliação requer ainda múltiplos informadores fidedignos e dados normativos para a análise da informação recolhida na avaliação de cada caso.

Por fim, a avaliação também deve recolher fatores protetores como a presença de um bom suporte familiar, uma comunicação familiar clara, um temperamento fácil, uma vinculação segura, entre outros, visto que estes são aliados no tratamento. Se por um lado, as crianças com PHDA apresentam as características já descritas e tendem a ter uma baixa tolerância à frustração, baixa auto-estima e rendimento escolar inconstante, por outro lado, também tendem a ser crianças muito meigas, intuitivas, criativas e sensíveis. E estes últimos fatores são protetores na intervenção e no tratamento das dificuldades.


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